Os decretos prometidos pelo governo federal, que beneficiam aos setores de reciclagem de plástico e de papel, podem não sair no curto prazo como estavam previstos, apesar da importância na preservação do meio ambiente.
Os aparistas de papel, responsáveis por reciclar mensalmente milhares de toneladas de material recolhido das ruas pelos catadores e entregue também pelo comércio varejista, atacadistas e indústria, aguardavam para o final do ano passado a edição do decreto para o setor de plástico, que dependia apenas da assinatura do presidente Lula.
O decreto prevê o recolhimento das embalagens descartadas por parte da indústria de transformação, além da exigência de um percentual mínimo de material reciclado nos produtos. Havia a promessa de publicação inicialmente do decreto de plástico e em seguida o de papel.
“Com a doença do presidente Lula em dezembro, que precisou fazer uma cirurgia, o assunto, aparentemente, foi esquecido. O nosso temor é de que a ‘janela de oportunidade’ desse tema tenha sido fechada no Executivo”, afirma João Paulo Sanfins, vice-presidente da Associação Nacional dos Aparistas de Papel.
Para os recicladores de papel, o decreto é essencial como forma de garantir uma demanda mínima de material reciclado pela indústria de embalagens, que atualmente têm preferido usar a celulose virgem como matéria-prima em sua produção. “A recuperação do mercado dependerá do equilíbrio entre a oferta e a demanda por materiais recicláveis e das políticas públicas voltadas para a responsabilidade do produtor”, afirma Sanfins.