Você treina corretamente, segue a dieta e, mesmo assim, o percentual de gordura não muda? Isso pode ser o chamado “efeito platô”, um fenômeno comum na jornada do emagrecimento.
“Nosso organismo é altamente adaptável e, ao perder peso de forma muito rapida, busca preservar energia reduzindo o metabolismo basal e aumentando o apetite”, explica Felipe Kutianski, professor de educação física especialista em fisiologia do exercício. Esse fenômeno, chamado de termogênese adaptativa, faz com que o corpo responda ao déficit calórico severo diminuindo a taxa metabólica. Isso torna o emagrecimento mais difícil e, em alguns casos, pode levar ao reganho de peso, o famoso “efeito sanfona”.
Para escapar do efeito platô, Felipe Kutianski aponta cinco estratégias cientificamente comprovadas:
1. Aumente a massa muscular
Muitos ainda acreditam que, para emagrecer, basta fazer apenas cardio. No entanto, quanto mais massa muscular você tem, maior será seu metabolismo basal. “Os músculos são tecidos metabolicamente ativos e queimam calorias mesmo em repouso. A hipertrofia muscular pode elevar a taxa metabólica em até 15%”, aponta.
2. Foco na intensidade dos treinos
A intensidade é uma ferramenta poderosa para manter o metabolismo acelerado. “Exercícios como treino intervalado de alta intensidade (HIIT) ou treinos de força com cargas progressivas podem aumentar o consumo de oxigênio pós-exercício (EPOC), elevando o gasto calórico até 48h depois do treino”, sugere Kutianski.
3. Cuidado com dietas extremamente restritivas
“Dietas muito restritivas levam à perda de massa muscular e desaceleração metabólica”, diz. Segundo o especialista, ajustar os macronutrientes e garantir um déficit calórico dentro da realidade de cada um é essencial para resultados sustentáveis.
4. Mantenha-se hidratado
A hidratação é fundamental para o metabolismo e a regulação hormonal. “Beber água suficiente para o seu peso corporal pode melhorar a termogênese e otimizar a mobilização de gordura”, conta.
5. Cuidados com o sono
Uma péssima qualidade de sono pode desequilibra hormônios cruciais para o emagrecimento, como a leptina e a grelina, que controlam a fome e a saciedade. “Estudos indicam que pessoas que dormem menos de 6 horas por noite têm 55% mais chances de acumular gordura corporal”, complementa Felipe Kutianski.
O efeito platô é um mecanismo natural do corpo, mas isso não significa que você deve aceitá-lo e desistir! Ajustando o treino, a dieta e outros hábitos, é possível retomar os resultados e alcançar os objetivos com segurança e eficiência.
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