Com a aproximação do fim do ano, se encerram os processos seletivos para os principais vestibulares do país com a realização das segundas fases. Nesta reta final, a preparação para a última etapa dos exames se intensifica na rotina dos estudantes, com foco na obtenção de um bom desempenho para garantir uma vaga em universidades de renome, tais como Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), Universidade de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Tendo em vista esse cenário, para ajudar os candidatos que prestarão as provas, especialistas em educação trazem dicas para a reta final das segundas fases dos vestibulares. Confira abaixo!
- Entenda as características da prova
Segundo Madson Molina, coordenador do Curso Anglo, após a realização das primeiras fases, existe um segundo momento tão ou mais importante, que é a preparação para as segundas fases. “Nesta etapa, a cobrança das bancas será para saber não o que o estudante acertou, mas como e, naturalmente, esse processo é voltado às questões abertas. Isso acontece de maneira específica em cada vestibular, mas, de toda forma, para essa preparação, é importante lembrar que a aprovação ainda não aconteceu. O que existe é um processo transitório da primeira para segunda fase”, afirma.
Com isso, o coordenador sugere que, para se preparar de maneira qualificada, os estudantes imprimam em tamanho real os espaços de resoluções das provas, onde serão inseridas as respostas dissertativas, pois eles são limitados. “É importante que os candidatos se organizem, já tendo em vista o que estará disponível. Outra dica é a realização de provas antigas, que permite que ele tenha não só disparadores de conteúdos frágeis, mas também que ele tenha um acesso a uma camada estatística de incidência”, indica.
Mantenha o foco e se concentre nos conteúdos que já domina
Rinaldo Lamare Quaresma, coordenador do pré-vestibular do Fibonacci Sistema de Ensino orienta como se preparar de maneira qualificada nos últimos dias antes da prova. “Se concentre em fortalecer os conteúdos que você já domina, assim você garantirá respostas mais completas e seguras. Pratique escrevendo redações, respostas discursivas, sempre respeitando a norma culta da língua portuguesa, revise questões de edições anteriores e produza resumos sobre os tópicos estudados. Tais práticas fortalecem o domínio sobre o conteúdo e enriquecem suas respostas com argumentos sólidos e bem fundamentados. Além disso, mantenha a organização e a calma para enfrentar a prova com segurança e confiança”, sugere.
Segundo ele, a segunda fase dos vestibulares é a oportunidade de demonstrar o quanto se preparou e transformar esforço em resultado. “Com planejamento, foco nos temas certos e prática consistente, você estará mais confiante para enfrentar esse desafio. Encare cada questão como uma chance de mostrar as suas habilidades e conquiste o resultado que tanto deseja”, complementa o coordenador.
Para Cláudio Mucelin, coordenador do Ensino Médio e Pré-Vestibular do Anglo Alante Paulínia, nesta reta final dos vestibulares não existe uma receita que sirva a todos. No entanto, se o candidato veio se preparando para os exames ao longo do ano, é importante que mantenha o foco e siga a mesma estratégia que já vem adotando. “Neste momento, a melhor pessoa para dizer quais são os conteúdos mais assimilados e aqueles que exigem uma atenção maior é o próprio estudante. Considerando que até o momento presente, o vestibulando teve uma trajetória constante de estudo, o ideal agora é que ele mantenha o que já vem sendo feito, mas com estratégia, o que significa conhecer a prova, entender bem as particularidades da segunda fase, buscar estatísticas de anos anteriores sobre a pontuação dos aprovados, além de criar estratégias, levando em conta a realidade do curso oferecido, seus pontos fortes e suas fragilidades”, afirma o coordenador.
Atenção para a interpretação de texto! Revisite edições passadas do vestibular
Uma boa interpretação de texto é essencial para qualquer tipo de prova, sobretudo quando se trata das segundas fases dos vestibulares. A leitura das perguntas é uma das etapas mais importantes, pois para compreender corretamente o que foi solicitado, o estudante precisa interpretar com cuidado o enunciado. Além da gestão inteligente do tempo de prova, Celso Aquino, coordenador pedagógico de Ensino Médio no Colégio Fênix, defende que é importante praticar a leitura estratégica dessas questões.
“A interpretação de textos mais longos nas provas pode ser dividida em duas etapas: primeiramente, uma leitura mais rápida, buscando informações centrais, como a ideia principal do texto. Na sequência, uma leitura mais cuidadosa, selecionando pontos específicos e prestando atenção aos detalhes. Nesse processo, vale a pena destacar palavras-chave, conceitos importantes e fazer anotações que podem ajudar a organizar o pensamento. Gráficos e figuras, quando disponíveis, também podem auxiliar na interpretação das questões”.
Além disso, tão importante quanto dominar os temas que serão abordados nos exames é conhecer as técnicas de resolução de questões e, então, ser capaz de observar padrões de enunciados e alternativas que podem facilitar a resolução e mapear temas que são ou não recorrentes em determinado vestibular, afirma Rafael Antunes, diretor da unidade Mooca da Escola Vereda. “Em todos os meus anos de atuação com turmas de 3ª série e cursinhos pré-vestibular, sempre abordei questões de anos anteriores nessas duas perspectivas: forma de apresentação dos conteúdos e forma de apresentação das questões. Entender as características específicas de determinado exame constitui um fator diferencial para que um estudante saia na frente de seus concorrentes” explica.
Revise as respostas dissertativas e se atente às questões de Língua Portuguesa
No ponto de vista de Lucas D’Nillo, coordenador de Aconselhamento Universitário e de Carreira na Beacon School, as segundas fases dos grandes vestibulares do país caminham para uma parte dissertativa/discursiva, o que pode fazer com que os estudantes se sintam mais pressionados para atingir a pontuação desejada. Nesse caso, o importante é ter autoconhecimento, pois o autoconhecimento converge muito com a implementação das melhores técnicas de estudo e faz com que cada um possa identificar qual a melhor forma de assimilar os conteúdos.
“Muitas vezes, a ansiedade, o medo e um certo desespero podem ser derivados do descontrole da rotina escolar. Nesse momento, isso pode acarretar no acúmulo de conteúdo e na perda de controle da situação, com excesso de pressão. A gestão do tempo é fundamental. A rotina de estudos deve incluir ciclos de revisão para que o conteúdo seja bem assimilado. A ansiedade é natural no ser humano, mas pode ser prejudicial quando ela sai do controle”, acrescenta Lucas.
Explorar e revisar a estrutura do texto dissertativo também é uma estratégia primordial. Por isso, a Fernanda Ady Becker, assistente pedagógica da plataforma Redação Nota 1000 explica que praticar a escrita pode ajudar tanto no momento de produzir a redação na segunda fase da Fuvest, por exemplo, quanto no desenvolvimento das respostas da prova dissertativa para todas as disciplinas. “As respostas são, de certa forma, pequenos textos que deverão estabelecer uma organização das partes e relação direta com o que foi perguntado”, destaca.
Outro ponto importante é entender e compreender as obras literárias obrigatórias solicitadas pelo vestibular, pois essa ação poderá ajudar o candidato a se destacar na pontuação em Língua Portuguesa. O estudante poderá utilizar elementos destes livros como citações em sua redação. Fernanda destaca que, para isso, é importante que o aluno compreenda a temática central de cada obra, pois poderá ser aproveitada como fundamentação ou utilizada em prol da argumentação no texto.
Realize simulados e gerencie o tempo de prova
Para Claudia Ayres, coordenadora de química do Colégio Rio Branco dos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, a segunda fase dos vestibulares é uma etapa mais aprofundada, que exige respostas bem elaboradas e um conhecimento consolidado das disciplinas. Para ajudar na preparação dos estudantes, algumas dicas são importantes, incluindo uma orientação especial para Química. Para ela, é essencial que haja uma revisão dos conteúdos-chave, focando nos assuntos mais recorrentes e nas dificuldades de cada aluno.
“Não tente estudar tudo de uma vez, concentre-se nos conceitos principais de cada matéria, priorizando a qualidade em vez da quantidade. Além disso, pratique com provas antigas, pois resolver questões de edições anteriores é uma excelente forma de se familiarizar com o estilo da prova e identificar conteúdos que precisam de mais atenção. Outro ponto crucial é treinar o tempo de prova: faça simulados cronometrando-se para aprender a gerenciar o tempo e evitar correrias no dia da avaliação. Para a prova de Química, dedique uma atenção especial a temas como soluções, termoquímica e eletroquímica, que são bastante frequentes. Faça resumos, pratique exercícios e, sempre que possível, explique o conteúdo para outra pessoa, já que ensinar é uma das melhores formas de consolidar o aprendizado”, explica Claudia.